Aqui, sentada em frente a essa natureza de pedras, eu me ponho a pensar nas fragilidades da alma.
Que orgulho dessas folhas que resistem ao muro, aos tijolos. Eu não sou capaz de resistir nem as minhas pieguices humanas quem dirá a uma parede que insiste em habitar um espaço que não é seu! Desrespeita a lei do mundo, da natureza, faz-se o caos...
São apenas tijolos sobrepostos, mas é o caos.
Você é apenas memória, mas é meu caos.
É tudo muito subjetivo é tudo percepção... Cresço tanto em minha hipocrisia quando digo ser feliz quando escrevo. Eu só consigo tal proeza nesses dias, como os de hoje, em que eu me derreto em suor. Em dias que evaporam da minha pele esse perfume triste, esse cheiro de crisântemos, esse gosto de cerveja quente tomada sozinha, sentada no chão, tentando ouvir qualquer resto de natureza, tentando ser qualquer NADA no mundo!
O arrepio em minha pele é reflexo de toda essa falta de conhecimento... Porque quando pego esta caneta e sinto o papel branco - que cortam os meus dedos, minha alma - me vem a tona, como uma náusea, esse arrepio infinito.
Achei que era um sopro dos deuses o encontro com a paz. Hoje, sentada aqui, eu tenho a certeza que é isso que me faz sofrer. É esse sussurrar a verdade para dentro que dói! É um arrepio de temor que confundi tanto com a felicidade.
Como fui ingênua, alimentei em meu seio toda essa inconstância. Será melhor enterrar você? É, acho melhor! Ainda não entendestes o que eu quis tanto dizer. Ai, mas não me diga que não compreendeu como eu te toquei! Fora assim, como um prisioneiro que, na véspera, toca pela primeira vez a liberdade.
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