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Ana queria aquela rosa.
Já murcha,
sem perfume,
aquela do ônibus,
sem graça...
Ana queria e
queria tanto,
que quase em um gesto de
sobrevivência
apertou bem forte
o caule da rosa que a senhora sentada
ao seu lado segurava.
Esmagou até sangrar sua mão
E a senhora falou:
tome a rosa, te dou!
Ana, com aquele orgulho de anteontem
disse não, levantou-se
e desceu do ônibus.
Nem era ali que deveria descer,
mas já não suportava o fato
daquela rosa não poder ser sua.
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